sexta-feira, 18 de maio de 2018

AUGUSTO BOAL: Teatro do Oprimido




Augusto Boal (Augusto Pinto Boal, Rio de Janeiro, 1931-2009). Augusto Boal era formado em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro quando embarcou para Nova York, com o objetivo de estudar teatro na Universidade de Columbia. Na volta, assumiu a direção do Teatro de Arena, em São Paulo, em parceria com José Renato. Investiu na formação dos integrantes do grupo, ensinando o método desenvolvido pelo russo Constantin Stanislavski, que ele tinha aprendido nos Estados Unidos.
Logo depois do Golpe de Estado, Boal foi para o Rio de Janeiro, onde dirigiu o show Opinião, iniciativa de artistas e autores ligados ao CPC da UNE, que havia sido colocado na ilegalidade. De volta a São Paulo, montou, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, uma peça inspirada na história do Quilombo de Palmares, Arena Conta Zumbi (1965). Naquele momento, criou o Sistema Coringa, que permite aos atores se revezar entre diversos papeis. Quando o AI-5 foi decretado, o Arena excursionou pelo exterior. Na volta, em 1970, criou o Teatro Jornal – 1a Edição, antes de ser preso, em 1971.
Exilado, viveu na Argentina, em Portugal e na França. Foi durante o exílio que ele desenvolveu as bases conceituais do Teatro do Oprimido, método teatral ligado ao teatro de resistência, a Bertolt Brecht e aos movimentos de vanguarda surgidos na Rússia e na Alemanha nos anos 1930. O objetivo do Teatro do Oprimido é suscitar a tomada de consciência e a mobilização política. Ele voltou ao Brasil em 1984, depois da anistia. Em 1986, fundou o Centro de Teatro do Oprimido.

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terça-feira, 15 de maio de 2018

Mais de 60% dos russos querem restituir a URSS


O Centro de Pesquisa da Opinião Pública Russo (VTsIOM) realizou um inquérito e veio a saber que 64% dos russos responderam “sim” à pergunta se é necessário manter a União Soviética como uma federação de repúblicas igualitária em que vão garantir-se os direitos e liberdades do homem de qualquer nacionalidade.

Bandeira e Brasão de Armas da URSS: mais de 60% das pessoas querem sua voltaBandeira e Brasão de Armas da URSS: mais de 60% das pessoas querem sua volta
A mesma pergunta foi colocada no referendo de 17 de março de 1991 em que a maioria dos cidadãos também deu uma resposta positiva - Mais de 71% a favor em 12 das 15 repúblicas. No entanto, a vontade do povo não foi posta em prática e a União Soviética colapsou em seis meses.

Quando perguntados sobre o principal culpado desse roteiro, os respondentes apontam para aquele que foi presidente naquela época, Mikhail Gorbatchov (27%), mais 17% culpam as autoridades em geral. No entanto, só 2% apontam para o fator exterior, em particular, os EUA e Ocidente. No entanto, esta pergunta provocou dificuldade entre 40% que não deram resposta nenhuma.

Iúlia Baskakova, chefe do departamento dos Projetos de Investigação do VTsIOM, comentou os resultados da pesquisa de 2016 e afirmou que a maioria das pessoas que têm nostalgia são aquelas que votaram a favor da preservação da URSS um quarto do século atrás e continuam culpando Gorbatchov. “São pessoas das gerações mais velhas que associam a palavra ‘soviético’ à ordem, certeza e estabilidade”, diz.

Por sua vez, a emissora de televisão Russia Today organizou a sua própria enquete para saber de que parte da vida soviética em particular os russos têm saudade.

No primeiro lugar fica a infância no tempo soviético: com lazeres simples, sem tecnologias digitais, uma infância sem tantos perigos.

O segundo lugar é ocupado pelos êxitos esportivos da URSS. Na altura os esportistas soviéticos eram tradicionalmente fortes em várias modalidades: atletismo, ginástica rítmica, hóquei, patinação artística, etc. A URSS até se tornou campeã do Campeonato Europeu de Futebol de 1960 e dos Jogos Olímpicos de 1988, com uma vitória sobre a Seleção Brasileira de Romário. 

O terceiro lugar compartilham o piquenique espontâneo, atividade preferida das pessoas soviéticas durante os fins de semana, e avenidas quase vazias. Era a altura quando o número das pessoas ainda superava o número dos automóveis nas ruas.

Entre outros atributos da época ficam o cinema (de bom senso de humor, sem violência), as meninas soviéticas modestas, a arquitetura soviética e as demonstrações de 1º de maio e outras festas da época.

Lamentavelmente, a pesquisa não questiona sobre o sistema político e econômico atual e o vigente na época soviética. Não há perguntas que explorem comparações entre o capitalismo vigente na Rússia e o socialismo existente na então Rússia Soviética. 

No entanto, a enquete feita pela Russia Today demonstra haver ainda uma forte resistência ao capitalismo no país, já que a maior parte dos entrevistados considera a vida na Rússia Socialista melhor que nos tempos atuais, conforme pode-se verificar na página da emissora russa.

A pesquisa original pode ser vista na página do VTsIOM, um instituto criado em 1988, ainda na época da URSS.