sexta-feira, 2 de março de 2018

Olga: A mulher que lutou “pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo’’



Sua história, retratada em pesquisas, livros e filmes é a de uma mulher forte, que não traiu seus companheiros de luta e viveu como ela mesma diria “pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo” (trecho de carta escrita ao marido e a filha). 





Do site Metamorfose Comunicação

Nasceu Maria Bergner. Recebeu os codinomes de "Frida Leuschner", "Ana Baum de Revidor", "Olga Sinek", "Maria Bergner Vilar" e "Zarkovich". Chamou-se Olga Benário Prestes ao se casar com o líder revolucionário brasileiro Luís Carlos Prestes. Entrou para história, porém não pelos nomes dados, escolhidos ou ganhos, mas pela força que teve como mulher revolucionária.
Olga Benário nasceu em Munique, no dia 12 de fevereiro de 1908, em uma família judia de classe média, era filha do advogado Leo Benário e da socialite Eugénie Gutmann Benário. Ainda jovem, com 15 anos, deu seu primeiro passo para a construção da mulher socialista que dedicou sua vida a tentar mudar o mundo, ao se filiar na organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD) e na Liga Juvenil Comunista da Alemanha (KJVD).
Mudou-se para Berlim, aos 16 anos, ao lado de seu namorado comunista Otto Braun, com quem acabou sendo presa em 1929, acusada de alta traição à pátria. Quando foi solta, planejou uma fuga que libertou Braun da prisão de “alta segurança” Moabit.
Após a fuga, com a cabeça posta a prêmio pelas autoridades, ambos fogem para a União Soviética (URSS), onde Olga recebe treinamento político-militar e trabalha como instrutora na seção Juvenil da Internacional Comunista.  Em 1931, separa-se de Braun.

Cenas do filme OLGA

Ainda na URSS, em 1934, Olga recebe da Internacional Comunista, a tarefa de acompanhar e proteger o líder revolucionário Luiz Carlos Prestes em seu retorno ao Brasil. Nesta época, o governo Vargas havia decretado a prisão de Prestes.


Como em um filme romântico, os dois estranhos recebem passaportes falsos como marido e mulher, e acabam por se apaixonar durante a longa viagem de navio.
Em 1935, Olga e Prestes desembarcam no Brasil e vivem clandestinamente no Rio de Janeiro. Onde Prestes torna-se a principal liderança do movimento antifascista e incentivado por Olga participa da preparação da insurreição armada contra o governo Vargas.
Quando os primeiros levantes acontecem em novembro de 1935, o governo inicia forte repressão aos comunistas, e o casal é preso em 1936 pelo capitão Filinto Muller, chefe de polícia do governo Vargas.
Separada de Prestes, Olga é conduzida para Polícia Central, levada para a Casa de Detenção da Frei Caneca e em setembro de 1936, grávida de sete meses, foi extraditada para a Alemanha que estava tomada pelo nazismo de Hitler.
Após a pesada travessia no navio de cargas “La Coruña” onde foi embarcada a força sem que tivesse sido julgada, foi conduzida para a prisão de Barnimstrasse, em Berlim.
Na prisão, em 1936, Olga deu a luz a Anita Leocadia, e a criou até que completasse 14 meses, recebendo a ajuda de sua sogra Leocádia Prestes.
Leocádia foi incansável na tentativa de libertar Olga e com a ajuda de diversas delegações estrangeiras, conseguiu pressionar a gestapo para obter a guarda de sua neta.
Olga então é transferida para a prisão de Lichtenburg e mais tarde é levada para o campo de concentração de Ravensbruck. O destino final, em abril de 1942, seria o campo de concentração de Bernburg, local onde seria assassinada numa câmara de gás.
Sua história, retratada em pesquisas, livros e filmes é a de uma mulher forte, que não traiu seus companheiros de luta e viveu como ela mesma diria “pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo” (trecho de carta escrita ao marido e a filha). 
Jornalista e arte: Marina Valente (MTB1961)
http://www.metamorfosecomunicacao.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=487%3Aolga-a-mulher-que-lutou-pelo-justo-pelo-bom-e-pelo-melhor-do-mundo&catid=1%3Alatest-news

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

EMPRESA CHINESA ADQUIRE POR R$ 3,2 BILHÕES CONTROLE DE 90% DO PORTO DE PARANAGUÁ

O porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil e está localizado em ponto estratégico para escoamento de produtos agrícolas para a China.

A compra do porto de Paranaguá, no Paraná, pela operadora de terminais China Merchants Port (CMPort) foi oficializada nesta quinta-feira (22) em evento promovido pela Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem. A estatal chinesa passará a operar e controlar 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). A aquisição foi celebrada durante o painel sobre o desenvolvimento da infraestrutura nacional, realizado no Congresso Nacional.

  

O porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil e está localizado em ponto estratégico para escoamento de produtos agrícolas para a China. De acordo com o senador Wellington Fagundes (PR), presidente da frente parlamentar, o negócio marca a entrada do grupo chinês na América Latina e deve incentivar as exportações brasileiras, além de atrair novos investidores.
“[A parceria] certamente fortalecerá a relação Brasil-China nas questões de infraestrutura e trará investimentos vultosos ao nosso país, algo que tanto precisamos neste momento de retomada do crescimento econômico e social na geração de empregos e oportunidades para todos os brasileiros”, disse.
Para Bai Jingtao, diretor da CMPort, o investimento no porto é importante não só para o Brasil, mas também para toda a América Latina. O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, informou ainda que além dos quase R$ 3 bilhões pagos pela empresa chinesa na aquisição, a CMPort também deve investir cerca de um R$ 1 bilhão no porto. Segundo o ministro, o Brasil está aberto para novos investimentos.
“Os empresários do setor privado, tanto do Brasil quanto do exterior, têm dentro do Ministério dos Transportes um diálogo franco e aberto. Nós estamos prontos para receber e apoiar qualquer empresário da China ou de qualquer outro país que queira fazer investimentos no Brasil”, declarou Quintella.
O evento no Congresso Nacional contou com a presença do prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, além de diretores de agências e empresários ligados à área de infraestrutura.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

26,3 milhões sem emprego. Mídia abafa!

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) revelou que 26,3 milhões de trabalhadores encontravam-se sem emprego – na rua da amargura. O índice de desocupação no acumulado do ano foi de 23,8%. Ou seja, faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas em 2017. 

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (23), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou “a taxa composta de subutilização da força de trabalho” no quarto trimestre de 2017. Em termos mais simples, menos herméticos e tecnocráticos, o órgão anunciou o número total de desempregados no período. Os dados são assustadores. A sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) revelou que 26,3 milhões de trabalhadores encontravam-se sem emprego – na rua da amargura. O índice de desocupação no acumulado do ano foi de 23,8%. Ou seja, faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas em 2017.

Apesar da gravidade das informações, a pesquisa não virou capa nos jornalões e revistonas e nem foi destaque nos noticiários das emissoras de rádio e televisão. A mídia chapa-branca, corrompida com milhões em publicidade oficial, segue no esforço para ludibriar os “midiotas” com a miragem de que a crise econômica já foi superada e de que o Brasil caminha para o paraíso. Como já ensinou um ex-ministro de FHC, “o que é ruim a gente esconde”. Ao invés de abordar criticamente a grave crise do desemprego, a imprensa venal prefere fazer alarde com os dados sobre a alta das bolsas e do dólar, criando um falso clima de otimismo com os rumos da economia no governo do “vampirão” Michel Temer.

A política econômica destrutiva adotada pelo covil golpista – e defendida pela mídia chapa-branca – joga na miséria milhões de trabalhadores, mas serve à cloaca empresarial que orquestrou e financiou a ruptura democrática no país. Na quarta-feira (21), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo revelando que a crise dos últimos três anos fez a renda dos ricaços crescer 2% acima da inflação. Enquanto os “super-ricos” – que ganham acima de 160 salários mínimos por mês – usufruem dos efeitos da crise, a renda média dos contribuintes como um todo caiu em 3,3% no mesmo período. Na prática, a cavalgada golpista – que aprofundou a crise econômica – serviu para aumentar a já abissal concentração de renda no Brasil.
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