quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Wagner Moura: “Não posso compactuar com esse golpismo, esse movimento de elite, de gente rica “

Do site BR 29

" Só uma pessoa idiota, mesmo - talvez agora eu deva estar pegando pesado -, só um imbecil
 ideologicamente cego não está vendo que existe um evidente problema no governo, que existe uma crise violenta de corrupção, de valores. "
16/09/2015
topmagazine

O que eu acho que acontece hoje no Brasil é muito pobre das duas partes, tanto da direita quanto da esquerda. É pobre demais a conversa, sabe?! “Petralha”, “coxinha”…

Eu dei uma declaração que gerou polêmica, que foi uma declaração mal escrita pelo jornalista 
Merten. Segundo ele eu teria dito que não dá mais pra viver no Brasil. Eu nunca disse isso! Se
 eu quisesse ir embora do Brasil, já teria ido há muito tempo.
Eu moro no Brasil, minha família mora no Brasil, meus filhos moram aqui, moram na Bahia. Mas
 eu disse que estava feliz de não estar aqui durante a eleição e tudo que está acontecendo agora.
 E essas declarações que eu dei quando lancei o “Praia do Futuro” repercutiram tanto de um lado 
quando de outro.
Eu tomei porrada dos dois lados, tanto do Rodrigo Constantino quanto do Jorge Furtado. E as
 duas porradas, as duas punições, me pareceram burras. As duas me pareceram pobres,
 porque na época eu denunciava… a direita já começava a ficar burra, o governo já
 apresentava fragilidades, mas foi antes do chamado “Petrolão”, antes dessa crise toda.
E eu dizia que o Brasil caminhava pra um conservadorismo que hoje em dia é muito 
mais forte do que estava em 2014. Eu falava do recrudescimento da direita no Brasil, 
mas falava também desse maniqueísmo burro que se instalou no Brasil.
Como eu disse, se algumas posições 
definem uma pessoa de esquerda, então 
eu sou de esquerda, mas não sou ideologicamente imbecil, eu não sou um idiota.
Só uma pessoa idiota, mesmo – talvez agora
 eu deva estar pegando pesado -, só um imbecil
 ideologicamente cego não está vendo que existe
 um evidente problema no governo, que existe
uma crise violenta de corrupção, de valores.
Eu sempre me lembro daquele livro Corações 
Sujos, aquele livro dos japoneses que se
recusavam a acreditar que o Japão havia
 perdido a guerra. Quando alguém me diz “o
 mensalão é uma invenção”, eu não sei o que
dizer.
E ao mesmo tempo não posso compactuar com esse golpismo, esse movimento de
 ultra-direita, de elite, de gente rica.  Outro dia ouvi uma frase ótima: “felizes das pessoas 
que acham que a corrupção mora num partido”, ou seja, há quem acredite que assim que se
 tirar esse partido do poder a corrupção vai acabar.  Que pessoas felizes, que coisa boa! Mas 
a pessoa que reflete, a pessoa que pensa, a pessoa que faz esforço pra pensar, ela não é feliz.
(o trecho acima foi retirado de uma entrevista de Wagner Moura para o deputado Jean Wyllys
 na revista Top Magazine –link da entrevista completa)

Um comentário:

  1. não posso compactuar com esse golpismo, esse movimento de
    ultra-direita, de elite, de gente rica. Outro dia ouvi uma frase ótima: “felizes das pessoas
    que acham que a corrupção mora num partido”, ou seja, há quem acredite que assim que se
    tirar esse partido do poder a corrupção vai acabar. Que pessoas felizes, que coisa boa! Mas
    a pessoa que reflete, a pessoa que pensa, a pessoa que faz esforço pra pensar,

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