domingo, 22 de setembro de 2013

Greve nacional dos bancários cresce e mostra força da categoria



Do Blog Bancários Classistas

Bancários Classistas, do núcleo de base do Rio de Janeiro. disposição de luta
Em seu segundo dia, a greve nacional deflagrada pelos bancários, na última quinta-feira (19), continua forte e mobilizada.  Pelo menos 7.282 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados permanecem fechados em 26 estados e no Distrito Federal nesta sexta-feira (20).
 
São 1.013 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (5.132), um crescimento de 19,73%. Os bancários querem 11,93% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real), valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
 

Em Chapecó-SC, onde os Bancários Classistas dirigem o sindicato,a greve é de quase 100%
Um estudo do Dieese com base no Relatório Social da Febraban revela que a distribuição do valor adicionado nos bancos entre acionistas, governo (impostos) e trabalhadores vem se alterando, aumentando a fatia do capital e reduzindo a participação do trabalho.

A concentração de renda pode ainda ser medida por outro ângulo. Segundo trabalho do Dieese com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no Brasil têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.
Em Sergipe, sindicato filiado à CTB mobilizando toda a categoria
No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,82 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 119,25 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 106,09 vezes.

Confira abaixo um balanço parcial da greve:

Em Campinas, interior de SP, foram fechadas 158 agências. Em torno de 77 agências de bancos públicos e privados na área central e bairros; em 28 cidades da base do Sindicato, 81 agências de bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Federal, mais uma agência do Santander em Cabreúva). Em relação ao primeiro dia, quando fecharam 142 agências em Campinas e 24 cidades da base, houve adesão de mais 16 unidades de trabalho e mais quatro cidades.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas, Jeferson Boava, a greve começou forte e vai expandir ainda mais. "A adesão em dois dias sinaliza que a greve tende a crescer ainda mais na próxima semana. Uma tendência verificada em todo o país. A resposta da categoria está à altura da provocação da Fenaban, que propôs apenas a reposição da inflação (6,1%), seu aumento real, e não valorizou a PLR, o piso e não aceitou melhorar as condições de trabalho, que permanecem gerando insatisfação diante da cobrança de metas abusivas e assédio moral", salienta Jeferson.
Bancários Classistas do Ceará garantem a força da greve, em bancos públicos e privados
Em Marília, também em SP, a greve que alcançou 70% de adesão, contou com ao apoio da população. “Eu acho que eles estão certo de realizar greve. Já que não são valorizados como profissional precisam ir em busca de seus direitos. A população pode utilizar os serviços dos caixas eletrônicos sem nenhum problema”, afirmou a auxiliar de serviços gerais, Mara Lúcia dos Santos, 48, que não sentiu problemas na hora que precisou dos serviços bancários. Ela utilizou o caixa eletrônico. A cidade conta com 40 agências bancárias que reúnem 600 funcionários.

No Rio de Janeiro, a greve dos bancários não ficou restrita às agências da capital fluminense. Ela também parou as atividades bancárias de outras cidades fluminenses. De acordo com um levantamento da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro cerca de mil agências, das regiões metropolitana, serrana, dos Lagos, norte e da Baixada Fluminense não abriram.

Em Rondônia, o segundo dia de greve nacional dos bancários em Rondônia, a exemplo do que vem ocorrendo em todo o país, foi marcado pelo fortalecimento do movimento com mais agências fechadas. Se no primeiro dia 82 das 130 agências no Estado estavam fechadas, agora nesta sexta-feira, 20, o número pulou para 94.

No Espírito Santo, o número de agências fechadas subiu de 170 para 198. Dessas, 66 são de municípios do interior. Em Vitória, 34 agências da Caixa e sete departamentos estão paralisados. No Banco do Brasil, a quantidade de agências fechadas é a mesma, além do prédio da Pio XII, onde funcionam três agências e departamentos da instituição financeira. No interior, o total de agências da Caixa fechadas é 28.

Em Chapecó, paralisaram as agências do Banco do Brasil: Centro, Catedral, 25 de agosto e São Cristóvão. Da Caixa Econômica Federal: agências Chapecó, Desbravador, Industrial, Condá, PABs e Gidur, Geret e Super. O Banco do Brasil de São Lourenço também paralisou no primeiro dia. 

Aderiram à greve desde o primeiro dia os sindicatos de Chapecó, São Miguel do Oeste, Joaçaba, Florianópolis, Criciúma, Balneário Camboriu, Brusque, Itajaí, Base de Joinville – Jaraguá do Sul, Rio Negrinho e São Bento do Sul.
Na Bahia, o sindicato filiado à CTB garante mobilização e ampliação da greve
Os bancários de Concórdia e Blumenau aderem à greve a partir da próxima segunda-feira, dia 23. Estão em estado de greve e realizam novas assembleias dia 23 para deliberar sobre a adesão os sindicatos de Caçador, Joinville, Lages, e Tubarão. O sindicato de Rio do Sul fará assembleia dia 24 e o de Canoinhas, dia 25. 

Em Sergipe, a paralisação atingiu 148 agências bancárias estatais e privadas. O presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb/SE), José Souza festeja o resultado. “Este ano, com mais de 90% das agências fechadas na capital sergipana, conseguimos uma maior adesão dos bancários logo no primeiro dia da greve, dia 19”, contabiliza José Souza. 

Souza destaca que Sergipe seguiu o percentual da adesão nacional à greve, com cerca de 20% a mais do que a de 2012. "No País, no primeiro dia de greve deste ano, foram paralisadas 6.145 unidades. Uma adesão de 1.013 agências a mais do que no primeiro dia da greve do ano passado (5.132 agências): um crescimento de 19,73%”, afirma.

Na Bahia, 613 agências bancárias foram fechadas. Da base do Sindicato da Bahia, 292 unidades amanheceram de portas fechadas. Das 295 agências de Salvador, 240 não abriram. Os funcionários dos bancos privados, foram responsáveis pelo fechamento de 148 agências. No Itaú, 49 unidades pararam. Em seguida surgem Bradesco (48), Santander (32), HSBC (12), Citibank (3) e Safra (2). Mercantil e Banrisul fecharam uma, cada. Os bancos estatais se destacam e ajudam a aumentar a lista de unidades sem atendimento, ao todo 144. BB lidera com 70 agências fechadas. Caixa e BNB têm 56 e 17, respectivamente.

Em Vitória da Conquista, a adesão ao movimento foi de 100% nas 21 agências da região. Nas 46 cidades da base territorial,53 agências estiveram paralisadas, com 865 bancários de braços cruzadosaté que uma proposta decente seja apresentada. "O primeiro dia de greve começou com força na Bahia Em 2012, 380 foram fechadas na abertura da greve. Neste ano, bancários de 543 agências responderam que querem ser tratados com respeito”, explica o presidente do Sindicato, Delson Coêlho.

Com esse balanço, a categoria bancária mostra porque é uma das mais organizadas do movimento sindical. O número de adesão, bastante superior ao do ano passado, confirma que a categoria não está de brincadeira e entende que a paralisação por tempo indeterminado é a última instância para sensibilizar os bancários.
 
Na avaliação do presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza: "a greve neste ano está mais sólida do que a de 2012. Com isto, pretendemos pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta digna". A expectativa é que mobilização aumente a cada dia.

Na última rodada de negociação, os bancos ofereceram apenas 6,1% de reajuste salarial, índice que não repõe nem a inflação do período de 6,6%. A proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não inclui aumento real e valorização do piso, além de não responder as reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.

Os bancários reivindicam:

Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Um comentário:

  1. Com esse balanço, a categoria bancária mostra porque é uma das mais organizadas do movimento sindical. O número de adesão, bastante superior ao do ano passado, confirma que a categoria não está de brincadeira e entende que a paralisação por tempo indeterminado é a última instância para sensibilizar os bancários.

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