terça-feira, 29 de maio de 2012

O ódio a Lula

O ódio a Lula



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O BRASIL JÁ CULTIVOU RESSENTIMENTOS IRRACIONAIS EM RELAÇÃO A GETÚLIO, JK, JANGO E, AGORA, AO METALÚRGICO QUE AINDA É A PRINCIPAL FORÇA POLÍTICA DO PAÍS.








Teve início, neste fim de semana, um movimento organizado de ataque aoex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Primeiro, a reportagem sobre a suposta chantagem exercida por ele contra Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, para adiar o julgamento do mensalão, já desmentida pelo anfitrião do encontro, Nelson Jobim.

Depois disso, críticas espalhadas pela rede sobre o comportamento indecoroso de Lula diante das instituições e até ironias relacionadas ao uso de remédios para o tratamento contra o câncer na laringe. Por fim, vozes mais radicais cobrando até a prisão do ex-presidente.

Por que será que Lula, depois de oito anos de governo, tendo deixado o Palácio Planalto com recordes de aprovação, tanto junto ao povão quanto às elites, que se tornaram ainda mais ricas, desperta tanto ressentimento? A resposta é uma só: goste-se ou não dele, Lula ainda é a principal força política do Brasil. E é uma força viva, que pode voltar ao poder em 2014 ou em 2018.

Mas essa seria uma análise objetiva, dos que fazem cálculos frios nos jogos de poder. Ocorre que o ressentimento em relação a Lula, muitas vezes, é irracional.


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Como pode um retirante, metalúrgico, sem educação formal ter chegado tão longe?

É isso que incomoda boa parte da classe média brasileira.

Sentimentos assim já houve no passado em relação a outros líderes políticos, como Getúlio Vargas, João Goulart ou mesmo Juscelino Kubitschek.

Os paulistas odiavam Getúlio e nunca lhe deram um nome de avenida.

Mas poucos fizeram tanto pela industrialização do estado, que começou a se libertar do atraso cafeeiro, como o líder trabalhista.

Os militares também odiavam JK, mas, no poder, tentaram reproduzir sua visão de “Brasil Grande”.

E os que vierem depois de Lula, de certa forma, serão escravos do seu modelo de inclusão social.

Por mais que o critiquem, Lula não será abatido por seus detratores. Até porque, até aqui, ele foi um democrata. E resistiu à tentação do terceiro mandato, quando teria totais condições de se perpetuar no poder.
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Leonardo Attuch
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http://www.brasil247.com/pt/247/poder/61778/O-%C3%B3dio-a-Lula.htm

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