terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Cinco são presos após confusão no Carnaval de SP


Do Blog Pra discutir o Brasil


GIBA BERGAMIM JR
DE SÃO PAULO

Ao menos cinco pessoas foram presas na tarde desta terça-feira após a
confusão que interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo. Segundo
a polícia, um deles é o responsável por agredir o locutor e roubar as últimas
notas.

Editoria de Arte/Folhapress
Segundo o delegado da Deatur
(delegacia do turista), Oswaldo
Nico Gonçalves, foram presos Tiago
Ciro Tadeu Faria, 29, da Império de
 Casa Verde, e Cauê Santos Ferreira,
 20, da Gaviões da Fiel. Outras três
 pessoas foram presas, mas não
tiveram os nomes divulgados.

Os dois serão indiciados sob suspeita
de dano ao patrimônio público, e a
polícia ainda avalia um indiciamento
por suspeita de furto, já que cédulas
de votação dos jurados desapareceram.

O delegado afirma que Faria é o homem
que invadiu a área onde as notas eram
lidas, agrediu o locutor com um chute,
pegou e rasgou as notas. A polícia diz
 que ele é membro da diretoria da I
mpério, mas o vice-presidente da
escola, Paulo Ferreira, nega. "Ele nem
estava na mesa com a gente", disse.

A escola estava em 11º lugar até
a interrupção, e não seria rebaixada para o Grupo de Acesso, a segunda divisão
 do Carnaval.

Ferreira disse que é contra a apuração do Carnaval em local aberto, e que,
para ele, as notas deveriam ser divulgadas em teatro fechado, com a presença
da imprensa e da diretoria das escolas.

"Isso aqui [apuração aberta] tem que acabar. Tem três torcidas de futebol
envolvidas, isso não dá certo."
Reprodução/TV Globo
Homem invade área onde notas eram lidas, pega e rasga documentos; veja mais fotos
Homem invade área onde notas eram lidas, pega e rasga documentos; veja mais fotos

CONFUSÃO

Uma confusão interrompeu a leitura das últimas notas das escolas de
samba do Carnaval de São Paulo, no Anhembi (zona norte), na tarde
desta terça-feira. Tudo começou quando um integrante de escola de samba
invadiu a área onde as notas eram lidas, agrediu o locutor com um chute,
pegou e rasgou os documentos com as notas. A confusão se espalhou, e
a apuração terminou em vandalismo.

Presidentes das escolas estão reunidos e ainda não se sabe como ficará o
resultado final do Carnaval.

Após o tumulto dentro do Anhembi, onde ocorria a apuração, torcedores
nvadiram parte da pista da marginal Tietê. Um carro alegórico foi queimado
no pátio ao lado do sambódromo, onde estavam as alegorias usadas nos
 desfiles.

Policiais militares que estavam no local tentaram proteger os locutores e jurados,
 mas a confusão era generalizada. Integrantes de outras escolas também
invadiram a área.

Depois, torcedores da Gaviões da Fiel invadiram a marginal Tietê, chutaram
placas da cerca de proteção do pátio enquanto seguiam em direção à quadra
da escola.

Enquanto isso, alegorias que estavam no estacionamento ao lado do
sambódromo foram queimadas.
Marcos Bezerra/Futura Press
Carro alegórico é destruído por incêndio após tumulto no sambódromo de SP; veja mais
Carro alegórico é destruído por incêndio após tumulto no sambódromo de SP; veja mais

TROCA

A apuração já havia começado com clima tenso, após um atraso de mais de
 20 minutos. Representantes de cada escola foram convocados para uma
 reunião à porta fechadas, que tratou de uma troca de jurados.

Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba, jurados dos quesitos
samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira foram substituídos por
suplentes na quinta-feira (16), um dia antes do início dos desfiles do Grupo
 Especial. Um dos jurados disse que não podia participar porque seria jurado
no Rio, e o outro alegou motivos "emocionais". Segundo a Liga, a troca foi
 informada por e-mail.

O presidente da Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, reclamou da troca dos
jurados e disse que isso deixou as escolas indignadas. "Nós não vamos
aceitar isso. Estão roubando escolas, beneficiando essa daí [Mocidade],
que só tira 10", disse.

No momento da interrupção, a Mocidade Alegre liderava a apuração e era a
 única com notas 10 em todos os quesitos avaliados. Faltavam ser lidas as
duas últimas notas do último quesito.

Instantes antes da confusão, Neguitão começou a protestar contra a apuração,
e integrantes da Camisa se juntaram a ele, rompendo a barreira de segurança
da área onde eram lidas as notas. Integrantes da Vai-Vai ameaçaram agredir
fotógrafos que faziam imagens de Neguitão.

O diretor-executivo da Vai-Vai, Américo Alandriello Júnior, disse que Neguitão f
icou revoltado, mas não incitou agressões. Ele "é uma pessoa muito tranquila
, e comanda uma comunidade enorme em torno da escola. Ele jamais agrediria
 ninguém."
Uma integrante da Camisa Verde e Branco identificada como Josélia gritou pouco
 depois da interrupção "Acabou o Carnaval de São Paulo. Não vai haver mais
apuração. Não admitimos que as escolas sejam roubadas."

www.blogdocarlosmaia.blogspot.com  Carlos Maia

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